quinta-feira, 29 de abril de 2010

Jericoacoara ou Jeri para os íntimos

Jeri já foi uma simples vila de pescadores. Isolada do mundo, sem conhecer a realidade de estradas, eletricidade, telefone e antenas parabólicas. Me lembro bem da dificuldade para chegar, quando estive por lá na década de 90. Tudo era absolutamente precário. Calangos invadiam a janela do quarto. Bichos por todos os lados e tudo era festa para os meus 20 e poucos anos.
Na manhã do ano novo ventava muito. Eu estava deitada na rede. Tudo a minha volta era branco.
Me levantei e caminhei com minhas havaianas brancas pelas areias finas das dunas.
Meu destino era o quarto que ficava a poucos metros da rede para pegar um elástico para o cabelo. De repente, senti que meus pés estavam queimando. Mas sem entender,comecei a pular feito cabrito e a girar em círculos. Meus amigos que estavam por perto não entenderam nada. Todos riam achando que era uma brincadeira.
Consegui sair do círculo onde estava e sentei no degrau do quarto num acesso de choro e riso.
Minhas havaianas, lá ficaram. Pisei sobre a brasa da fogueira da noite anterior que estava coberta pela areia. Não percebi. Meus pés ficaram em bolhas e minha havaiana derreteu.
Por sorte, eu tinha a tal da pasta dágua, que é é uma preparação farmacêutica composta por óxido de zinco, talco, glicerina e água de cal . Um super cicatrizante. Pés para cima e no dia seguinte estava ótima. Ainda dou boas gargalhadas quando me lembro.
Os tempos são outros. Os resorts chegaram e invadiram as paisagens de praias desertas cercadas pelas dunas móveis e a imensidão do oceano.

2 comentários:

  1. Lindas fotos e uma boa historia! Gostei d++!

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  2. Oi Myriam, tudo bem?
    Ainda vou achar as fotos e postar meu pé tostado!!!!
    Um beijo,
    Ana

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