segunda-feira, 6 de julho de 2009

Chico Buarque - Paraty

19 horas - Tenda dos Autores. Sentei em uma das mesas do café e fiquei observando o povo. A excitação era visível no rosto e no gestual de todos. Faltavam cinco minutos para começar a entrevista com Chico Buarque. Sem ingresso, fiquei apoiada num carro do lado de fora da tenda do telão. Uma multidão de cinegrafistas, gente passando, um frenesi que me incomodou bastante. Saí fora do burburinho e fui jantar no Pitanga Bistrô. Comi um robalo assado no forno a lenha, regado no azeite e salpicado no sal grosso de dar água na boca a qualquer mortal.
Tempos depois, voltando para casa, passei pela Livraria da Vila. Chico estava lá, sentado à mesa de autógrafos com uma multidão de seguranças, grades divisórias e ele lá, acuado como um bicho estressado. O que era para acontecer em clima de Flip, num encontro entre fãs e autores, virou cena de horror. Foi um insulto à dignidade. Deu vontade de enfiar goela abaixo um comprimidinho tarja preta, um a um, para acalmar fãs endiabradas. De repente, eu vi o Chico se levantar pálido, visivelmente em pânico e um cem números de pessoas entre fotógrafos, fãs histéricas, cinegrafistas, curiosos, perseguindo-o até o carro. Ninguém conseguia abrir a porta, muda de carro, volta para o mesmo e ele saiu. Ufa! Que alívio senti por ele. Agora eu entendi porque até o último momento ele não havia confirmado se daria ou não autógrafos.

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